Mães de Transição 7

19-02-2011 20:10

 

Não é confortável caminhar num chão escorregadio, com o sentimento de que demos um passo em falso. É isso que sucede quando se baseia todo um sistema económico numa fonte de energia finita e toda uma humanidade num sistema económico.

Muitos esperam que seja a classe política a resolver e mais ainda nem pensa ao certo para onde vai e porquê.

Existem dois caminhos mais óbvios:

- Tentar andar para trás em busca de tempos de uma segurança e de uma economia de esperança que nos mantinha no engodo de felicidades baseadas na posse e no individualismo...

- Ou tentar despertar para a necessidade de irmos encontrando outras vias que nos recordem da nossa ligação uns aos outros, ao planeta, a todas as espécies vivas e recuperando assim com equilíbrio o elo que falta na ligação a nós mesmos.

Enquanto as preocupações sobem ao ritmo da derrocada económica que nos envolve de uma forma ou de outra, um sentimento antigo desperta do sono da ilusão em que vivíamos. A ilusão de que podíamos sobreviver desligados da vida do nosso planeta, da vida das pessoas ao nosso redor, das nossas comunidades. A ilusão de que sobrevivemos sozinhos.

As mães sentem muitas vezes na pele o preço do isolamento. Querem cuidar das suas crianças com alegria e com riqueza, mas estão demasido sós e pressionadas por paradigmas inválidos mas ainda assim poderosos no colectivo demente da economia de mercado.

É esse isolamento aparente, essa aparente solidão e impotência, que queremos reverter enquanto nos inspiramos umas às outras para escolhas que envolvam menos consumo, menos lixo, menos utilização de petróleo. Mas principalmente, mais do que tudo, queremos encontrar uma felicidade de re-encontro que valha muito mais do que tudo o que podíamos comprar.

Só podemos fazer isto em laços de proximidade, de aceitação incondicional, aprendendo a realmente ouvir, e encontrando umas nas outras ecos de nós mesmos em cura, em transição e em re-ligação com a nossa dimensão ecológica, humana e feminina de Mães de Transição.

(todos os textos de Sofia Passos podem ser divulgados com link para o site https://maesdetransicao.webnode.pt/)

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