Mães de Transição 5

19-02-2011 20:07

 

Mães em transição

são mães que percebem que os paradigmas que eram verdade enquanto cresciamos não serão verdade no futuro das nossas crianças e queremos prepará-las para o futuro e não para o passado.

A forma de preparar esse futuro estão todas no presente. E passam pela criação de redes de suporte que assentem nos laços humanos e não em laços económicos já que essa economia está a caír, e nós não nos importamos que caia, contanto que não nos leve junto.

Porque temos crianças, compreendemos que o futuro não é um tempo abstrato. E quem tenha netos também sabe isso. E quem ame uma criança que seja no mundo, também compreende isso.

O futuro é um tempo que nos permeia tanto quanto o passado.

E nós estamos na transição.

 

E é daqui que queremos escolher lançar as melhores bases, alicerçando novas formas de nos relacionarmos com os outros e connosco, reinventando famílias, reinventando um espírito comunitário sólido de convivência, troca, e apoio incondicionais, aprendendo e juntando ferramentas para tempos em que tenhamos de contar com esse trabalho feito.

 

Assim, Uma mãe em transição, junta-se com outras mães em transição e não vê uma potencial cliente, nem tenta impingir-lhe nada. Apenas vê mais uma aliada para tempos nos quais o que é daninho cai enquanto o que é importante fica.

Uma mãe em transição é uma pessoa que percebe que temos de ser inventivos e de aprender de saberes antigos e novos, tudo o que nos ajude ao máximo de auto-subsistência enquadrado num tempo de regeneração de consciência, auto-cura através do amor partilhado, e laços que nos restituam o valor intrínseco que a mania de dar preço a tudo nos tirou.

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Ser mãe em transição é estender vários braços unindo-se à comunidade enquanto educa, enquanto cria, enquanto encontra soluções tecnológicas simples para manter o seu conforto diminuindo desgaste planetário, enquanto aprende, enquanto cura,... E tudo isto se faz melhor junto. Juntamente com outras fazendo a mesma. Criando uma nova estrutura gregária parecida com família, parecida com sociedade. Algures no meio. Humanidade.

 

Quem sente este apelo, é uma mãe em transição e sabe que sozinha não pode nada. É avassalador. É demasiada coisa.

É por isso que ando aqui a chamar.

 

Vamos criar um espaço próprio, vamos dinamizar uma nova forma de economia paralela, vamos dinamizar a criação de laços humanos fortes, duradouros e amorosos, vamos dispensando excessos e reencontrando prioridades, vamos aprendendo umas com as outras formas limpas e baratas de fazer o que é preciso para que tudo flua, com simplicidade, com resiliencia, com amor e com consciência.

Vamos criar isso em força.

Vamos permitir que quem já sente esta vontade nos encontre.

Vamos reunir-nos e pensar. Usar a cabeça. Fazer brotar respostas por toda a parte. Com alegria. Com encontro. Com "finalmente um bocado de confiança" assente em coisas concretas que escapem aos tentáculos de tudo ter de ser pago e de termos de manter a distância profissional.

 

Quero ajudar a criar um reduto de humanidade.

Quero pertencer a essa espécie de terapia colectiva feita de aceitação incondicional, encontro e apoio perene.

Não é turismo de transição, não é um novo nicho de mercado.

É mesmo só isso: Gente junta por amor.

Quem achar isto utópico... utópico é continuarmos a correr para o abismo seguros de que não vamos caír.

Não há outro caminho, que não o da fraternidade.

É que simplesmente não há.

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