Mães de Transição 3

19-02-2011 19:56

 

Observação:

 

  • Construir estruturas humanas, sejam casamentos sejam eco-aldeias, sem curar o coração no processo, não funciona.
  • Partir para qualquer projecto, sem questionar feridas e aceitar portas abertas... não funciona
  • Nada fará por nós o que cada um de nós não fizer por si. Ou seja, a comunidade não nos apresenta com profundidade as pessoas que não fizermos por conhecer profundamente.
  • Quando tentamos ficar sozinhos o suficiente para termos tempo suficiente para lidarmos com demasiados problemas que temos: Somos infelizes e não resolvemos esses problemas. Eles poderão passar porque tudo passa, mas nós ficámos apenas sozinhos no processo
  • Quando nos focamos nos obstáculos e nas dificuldades, escapam ao nosso olhar as coisas boas.

 

Outras observações:

 

  • Somos seres em rede. Não sobrevivemos sozinhos. Dependemos. E sempre dependeremos.
  • As redes saudáveis são fluídas, orgânicas e constroem-se sobre laços de amadurecimento emocional, cura, fraternidade e conforto.
  • As coisas fortes e duradoiras criam-se devagarinho mas consistentemente.
  • As relações fortes nutrem-se de auto-conhecimento e conhecimento mútuo.

 

Quando falo aqui em redes não me refiro, entendam-me, a esta rede ning e sim a todas as redes humanas, sejam famílias, sejam eco-aldeias, seja uma rede de mães em apoio mútuo que proponho aqui.

 

Assim:

 

Vamos imaginar que encontramos um canal seguro e uma a uma vamos entrando e contando uma história, abrindo a porta de uma vida.

Vamos imaginar que todos os dias trocamos uma palavra, nem que seja uma sms com um sorriso, que todos os dias investimos, como se faz com o amor, como se faz em família.

Vamos imaginar que encontramos umas com as outras um nicho de aceitação incondicional umas das outras e cada uma de si mesma. Um nicho de apoio incondicional, um lugar onde somos sempre, mas mesmo sempre, aceites na nossa realidade e ao nosso ritmo.

Vamos estabelecendo uma árvore com ramos, em que todas juntas somos um corpo que se ramifica em laços de proximidade geográfica, mas também de identificação por semelhança de experiências na vida.

E depois, começa a acontecer de se ir dando vida a uma coisa chamada intimidade.

E depois começa a ser cada vez mais verdade que contamos umas com as outras. E cada vez mais em número e em processo de crescimento em qualidade.

 

Contarmos umas com as outras. Sempre, dê lá por onde der. Tudo pode dar para o torto, menos as mãos dadas das mães em associação e apoio mútuo.

 

E vamos fazendo a diferença, e vamos fazendo parte, e vamos querendo genuinamente saber:

" De que precisas hoje?"

 

Então...

 

  • Quero encontrar esse canal seguro e acessível
  • Quero ir recebendo mães, avós, tias
  • Quero que vamos ramificando os nossos braços de sinceridade e de intimidade através de depoimentos, encontros, partilhas profundas e gargalhadas partilhadas. ( A Primavera vem aí.. nem de propósito
  • E vamos tentando aceitar tirar o lixo que tapa as nossas portas de acesso aos outros, para não estaremos sempre a querer defender o nosso mundinho de um perigo que não existe aqui connosco.
  • Vamos exercitando a nossa vontade de acolher incondicionalmente, resistindo à tentação de dar conselhor e aprendendo a ouvir com toda a atenção. A criar espaços de consciência vagos e limpos para ouvirmos o que cada uma tem para dizer e partilhar.
  • Vamos decidir que não passará um dia sem que o nosso amor de mães seja também para nós, mães. Um abraço em rede, uma verdade, um acolhimento, um sonho partilhado, uma dificuldade... o que for dos nossos mundos.
  • Vamos fazer questão de tocar a humanidade umas das outras, e das crianças que não são nossas, são do mundo.
  • E decidir que consistentemente, vamos dar passo a passo, todos os dias mais um pouco, até que daqui a um ano nos faça comover o caminho já andado, na construção de uma grande família ecológica, de onde podem finalmente nascer muitas outras coisas boas. Porque o principal ficou feito:

As melhores raízes.

Aquelas de conforto, amor e simplicidade.

 

Tudo isto é extremamente simples.

E exequível e potencialmente gerador das sinergias que queremos ver a permear muitas outras coisas, com impacto exponencial num modelo vivencial que pede tomada de consciência e de atitude urgente.

 

Certo, gente? :-D

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