Mães de Transição 1

19-02-2011 20:51

(texto colocado na comunidade permaculturaportugal.ning.com)

 

Acredito que as pessoas querem coisas boas nas suas vidas, celebração, encontro e apoio. Querem vidas mas simples, mais fáceis, agradáveis e recheadas de nutrientes humanos para si e para os seus.

E se não forem estes os objectivos, outros não conheço.

Da minha parte, o investimento maior foi nas mães porque sou mãe, mas porque também acredito que se a célula das sociedades são as famílias, os núcleos dessas células são as mães.

Acredito que mães saudáveis, equilibradas, poderosas e sobretudo felizes, podem fazer muita diferença. Porque vejo no oposto o impacto negativo de mães sobrecarregadas, preocupadas, sozinhas e demasiado em stress; de onde se vê mal como podería ser uma vida de outra qualidade maior e profundamente mais rica.

 

Eu, cheguei aqui, aos grupos de mães que encontrei e que formei e comecei a apelar:

- Juntemo-nos em redes de apoio mútuo, juntemo-nos em redes de apoio mútuo.

E continuo a apelar. Porque não vejo alternativa melhor, porque acho que pode ser muito importante fortalecer as mães.

Claro que podíamos pedir ajuda aos pais, aos avós... mas esses já lá estão, e aparentemente continua a ser preciso o resto das pessoas.

Foi um erro pensarmos que podíamos ser famílias integradas e células fortes e sustentáveis, em núcleos familiares tão pequenos que muitos até já só incluem mãe e criança. Já nem o pai está lá.

A caminho da independência, podemos ter tomado por encano o caminho da solidão.

E isso, com humanos, não funciona.

 

Então:

- E se mães, avós, tias e amigas, mulheres que amam crianças, mulheres que querem participar numa estrutura viva e que potencie a alegria e a fluidez na vida dos adultos que criam o futuro: Crianças

E se criássemos, descomplicadamente, uma rede de ligação. Acordando uma ligação ecológica que nos torne mais sustentaveis?

 

Como?

 Respondendo às seguintes perguntas:

Quem somos? Onde estamos? O que queremos nas nossas vidas? Até onde podemos chegar (dist. Geográfica)

 

Uma vez mapeadas começamos a abrir braços em várias direcções e a quem está por perto faz-se a pergunta simples:

- do que precisas hoje?

 

A maior parte das vezes serão precisas coisas muito pequenas. Uma palavra, um café, uma gargalhada boa qualquer. Outras vezes pode ser preciso ir à farmácia, ou ajudarmos a levar uma criança ao hospital. Outras vezes podem ser coisas como férias, convívio, ou quem sabe a partilha de uma hortinha, ou quem sabe a arrumação de uma cave, ou até sei lá... um bocado de brainstorming sobre um assunto qualquer.

 

Importante crescer:

Espalhar pelo facebook, pelos contactos, pelas pessoas amigas... ir encontrando mais gente e ligando mais mães umas às outras.

Se não têm net, não importa, criamos um documento para imprimir onde se explicam os princípios pelos quais nos pautamos e em linhas gerais o que se pretende.

 

Importante manter a segurança das nossas casas:

mantendo linhas seguras de comunicação e primeiros encontros em lugares cheios de gente e deixar sempre clara a seguinte lei:

- Só me junto a quem me faz sentir bem.

 

E assim, aos poucos, vamos tornar físicos os nossos laços de matriarcado sólido, baseado em presença, baseado em acompanhamento ao longo do tempo, até sermos família, até fazermos parte umas das outras. E as nossas crianças ganharem uma família auto-criada de gente nutritiva, construtiva, presente.

 

Poderá existir coisa melhor?

 

Pensem nisso.

 

Qualquer coisa, mensagem à Sofia Passos e encontramo-nos no grupo das mães em transição.

 

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