O que esperar das Mães de Transição?

As Mães de Transição é um projecto feito de todas para todas. Não somos uma organização ou um projecto com actividades para Mães. Somos as próprias Mães encontrando-se, ou desenvolvendo juntas com as nossas crianças e muitas vezes com as nossas famílias e amigos as famílias alargadas de apoio mútuo, enquadramento seguro e construtivo com que sempre sonhámos.

Ou melhor ainda!

Assim, o ano de 2012 termina com cerca de 400 Mães registadas. Diversos grupos locais em funcionamento regular e outros ainda por nascer, outros a precisar de revitalização, e assim, mais fácil ou menos fácil tudo é potencial.

Esse potencial tem como principais beneficiários os nossos filhos. Esses que vão crescer juntos, vendo mães poderosas juntas, famílias criativas, ecológicas, que apostam em soluções humanas, empáticas, sensíveis e inteligentes.

É a nossa oferta de amor próprio e de amor pelas próximas gerações deste nosso planeta lindo.

Como funciona?

 

Estamos em plena fase de reestruturação mas o plano é este:

  • Quem sente identificação pelo projecto faz o registo aqui
  • Quem sente identiticação pelo projecto mas tem dúvidas acerca do registo ou do projecto em si, entra em contacto para o mail maesdetransicao@gmail.com
  • Procuramos neste momento organizar um corpo de delegadas regionais que recebam quem chega, explicando todos os passos, encontros, e possibilidades locais.
  • Depois por mail, por telefone, pelo grupo (fechado) no facebook vão-se organizando iniciativas, fazem-se contactos e tudo acontece.

 

É mais ou menos isto.

 

Bem vindas desde já!

 

Implementaçao de Projectos locais

 

A experiência tem demonstrado que, os projectos ditos alternativos, exactamente por serem "diferentes", podem causar resistências mesmo naqueles que, teoricamente se sentem atraídos pela ideia.

Os projectos das Mães de Transição, com as suas Famílias de Transição, são muitas vezes alternativos, e no entanto envolvem, precisamente, o que de mais privado e protegido cada uma tem: o quotidiano familiar, nuclear, doméstico, os filhos, a família, a casa, as rotinas, a chamada "área de conforto" mesmo quando a "área de conforto" está cheia de vazios e disfunções, ou simplesmente de mais riqueza humana, viva, feita de pessoas afins.

Por isto, a aposta em projectos alternativos, não se inicia partindo do projecto para as pessoas, mas das pessoas para os projectos, numa sequência que parte de coisas simples, encontros e passos no sentido das bases de confiança que irão resultar, consequentemente, no sucesso desses mesmos projectos.

Algo como:

 

Arriscar -> Encontrar

Encontro pontual -> Encontros regulares locais

Encontros regulares locais -> Gradual fortalecimento de laços de afinidade e confiança mútua

Partilha de sonhos -> Partilha de projectos

Partilha de projectos -> Juntando possibilidades e competências

Projectos locais em funcionamento

 

Ou, para os que simplesmente (e já é uma riqueza) pretendem a família alargada de enquadramento afectivo basta ir seguindo um caminho que se vai fazendo de forma natural quando se aceita dar passos empáticos na direcção dos outros.

Estamos habituados a encontrar estruturas feitas. E inscrevemo-nos eventualmente. E usufruímos de serviços, que criticamos ou gostamos. A cultura de fazermos todos parte da edificação de estruturas, usufruírmos e participarmos em igual medida, e deixarmo-nos envolver em novas rotinas, encontros, laços e hábitos; em lugar de exigir e criticar... não está na nossa educação de base, não é como formos habituados a ser.

E no entanto, está na altura.

Também estamos habituados a apostar em projectos pessoais, que queremos ver singrar e que transformam o outro em clientela. Não estamos habituados a ser primeiro parte de uma comunidade ligada por laços humanos profundos, sem publicidade, sem comércio como objectivo primeiro e último.

E no entanto, a curto médio prazo, envolvidos numa comunidade de humanos ligados por relações de aposta quotidiana, rotineira, no dia-a-dia local das mais variadas formas; é mais fácil frutificar. É mais fácil.

Somos humanos

Depois somos família alargada

Depois tornamo-nos eco-aldeia rural ou urbana

Depois somos uma comunidade na qual o que é humano funciona. Porque a cola social desta rede é feita de empatia e sensibilidade inteligente. Não números cegos, não desespero fatalista. Mas sim vida real, tangível, de pessoas reais para pessoas reais.